Entrevista com os moradores da rua

Imagem: Dona Antônia Sampaio

Conversando com moradores da Rua da Mangueira, obtive informações interessantes.Dona Antônia, disse-me: que a rua da mangueira mudou muito sua característica desde a época em que ela mudou-se pra lá (1964) , a rua era quase que totalmente residencial e hoje está muito comercial alterando a vizinhança. Antigamente, na entrada da Rua pela Avenida Joana Angélica, tinha a sorveteria Primavera e a clínica AMEP. Partindo desse ponto em direção ao Quartel General,  do lado direito da rua, havia algumas residências, a igreja presbiteriana, a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes(DTE),  o prédio da Faculdade de Educação Olga Mettig, logo após um prédio residencial que embaixo funcionava Editora e Distribuidora de livros Brasil e em seguida o quartel, desse ponto até o final da rua o Hotel Alameda e o Colégio Jesus Crucificado juntava-se as residências; do lado esquerdo, após o AMEP, tem  a Escola Teixeira de Freitas e  a antiga residência da família Magalhães nela passou a funcionar o Sindicato dos Trabalhadores da Industria Química (SINDIQUIMICA), seguindo em frente apenas residências faziam parte desse trecho.

Dona Antônia, relata: cheguei aqui em 1964, em pleno regime militar,  dependendo do comando militar,  não podíamos andar no passeio do quartel. O largo tinha o piso todo em paralelepípedo, transitava carros nos dois sentidos: rua da mangueira sentido mouraria e visse e versa. As crianças não tinham opções de lazer , mas assim que mudava o comando da 6ª Região Militar, mudava também a filosofia do regime, com a sensibilidade de alguns comandantes, o quartel se transformava em espaço de esporte, lazer e ludicidade. O capelão do exército (Capitão Generoso), organizava brincadeiras, exposições de fotos e contava histórias para entreter as nossas crianças mostrando um mundo dócil e divertido.
Aos poucos a rua foi mudando seu perfil, os vizinhos mais antigos foram morrendo, suas residências transformadas em comércios, o largo onde antes os meninos brincavam virou um enorme estacionamento militar. A mouraria e seu entorno hoje é mais comercial que residencial, tem muito movimento, mas mantem a passividade dos tempos antigos. O agito dos bares e restaurantes, dão o tom, a cor e o som do bairro.

Este ano, o Governo do Estado da Bahia com o processo de melhoria urbana requalificou a Mouraria e o entorno para melhor utilização dos seus moradores e com isso, permitindo mais um espaço na cidade para o turismo baiano. Abaixo segue um pequeno vídeo tratando o tema:

Vídeo: Entrevista com os moradores da rua da Mangueira, bairro de Narazé em Salvador

Comentários

  1. Que história interessante e como sua mãe é um patrimônio que não tem preço . Parabens pelo Blog e pela história que eu não sabia, meu repertório histórico está melhor .

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    1. Muito obrigado Ana Lúcia, sua sensibilidade e generosidade faz de você um ser acima da média.

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  2. Conheci a Mouraria no início dos anos 90 e desde aquele momento me encantei com o estilo das construções do local além da tranquilidade que lembrava pequenas cidades do interior. Nessa mesma época e por diversas vezes fui a rua da Mangueira visitar uma amiga que morava numa pensão cuja dona era uma senhora que chamava-se Dona Ana. Ao ler e ver as imagens, fiz uma doce e agradável viagem no túnel do tempo. Parabéns pelo belo blog, meu caro Silvio!

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    1. Obrigado Simone, sinto o mesmo quando vou lá na minha rua e no entorno, pois muitos amigos de infância ainda são moradores da região e o aspecto familiar do bairro permanece.

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  3. Muito bonito bairro. Sempre gostei de andar por ali. Tenho uma curiosidade. Porque as ruas da mouraria São tão largas, como nenhum outro bairro. Sabe explicar?

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    1. Não sei, mas sei que por conta da largura da rua da mouraria, no final dos anos 70, o terminal de ônibus Barroquinha, foi reformado e a rua da mouraria foi o espaço utilizado como terminal. Depois desse episódio a mouraria ficou mais conhecida.

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  4. Importante fonte de pesquisa para quem deseja conhecer a historia do bairro. Parabens!

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  5. Adorei a história e a simpatia de Dona Antonia, que sorriso massa
    !!!!!!!!!!!!!!!

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  6. Ótima história e Dona Antonia é uma atração a parte. Parabens pelo trabalho.

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  7. O professor me avaliou com a nota 9,0! Obrigado Galera.

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  8. Quanta saudades, estudei no Colégio Jesus Crucificado e foi uma das melhores épocas da minha vida.

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  9. Estudei 11 anos no Colégio Jesus Crucificado e meu pai trabalhou da década de 70 até se aposentar no Quartel da Mouraria (uma vez por ano ele precisa se apresentar, uma espécie de prova de vida)!!! São muitas histórias da minha vida nessa região!!!

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